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Novembro 7, 2007

Injustiças – Era uma vez Sérgio Leone

Filed under: Injustiças — pistonczar @ 8:16 pm

 

A injustiça de hoje é aquela, que sem dúvida, tem sido movida a Sergio Leone. Se é verdade que este nome diz qualquer coisa à maior parte das pessoas, estas mesmas pessoas, quando inquiridas não conseguem indicar que se trata de um realizador de cinema. E das poucas pessoas que sabem que Sergio Leone é um realizador de cinema, raras são aquelas que lhe concedem a paternidade de algum filme em particular. E das raras pessoas que associam um filme particular a Sergio Leone o número de pessoas que aponta como filme realizado por Sergio Leone a sua verdadeira obra-prima é inacreditavelmente mínimo.

Na verdade, a maior parte das pessoas que conhecem Sergio Leone conhece-o pelos seus westerns com o Clint Eastwood (por ordem cronológica: Per un pugno di dollari, Per qualche dollaro in più e Buono, il brutto, il cattivo, Il), o que não é um facto estranho em si, porque estes filmes são muito bons. O estranho é que poucas pessoas conheçam a obra-prima de Sergio Leone: “Once upon a time in America“. Este filme para além de ser magnificamente filmado, sendo perceptível o dedo de Leone em todo e qualquer plano, conta também com um argumento fluído apesar de longo e com um conjunto de actores de primeira apanha, nos quais se destacam Robert DeNiro e James Woods e a beleza adolescente de Jennifer Connelly. Tudo isto conduzido e intermeado com a música magistral de Ennio Morricone, que é a única que ele sabe fazer.

O próprio Leone demorou uma vintena de anos a levar por diante o projecto para este filme, uma vez que ele pretendia que este fosse o se legado para a história, e é considerado pelo próprio como o seu melhor filme e aquele que exigiu um maior uso do seu talento. O resultado é sem dúvida admirável mas demasiado longo para o mainstream do circuito comercial (mais de 200min) para poder singrar num mundo a uma velocidade furiosa, pelo que os responsáveis pela distribuição do filme optaram por retalha-lo, obtendo uma anorexia de apenas 90min daquilo que Leone havia feito. Esta é, quanto a mim, a verdadeira razão do insucesso do filme. Não contente com tudo isto, Sergio Leone editou mais tarde a “sua” versão do filme que apesar de tudo não teve, de modo nenhum, a difusão que lhe seria justa.

A cena acima é para mim a melhor do filme, e retrata o reencontro de dois amigos de infância e juventude ao fim 35 anos. Magistral.

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